O que é vida abundante é uma coletânea do capítulo 7 do livro Josué – Possuindo a Herança (Joshua – Possessing the Inheritance), de A. B. Simpson.
A.B. Simpson (1843-1919)
O que significa possuir a terra? É muito mais do que conquistá-la. Uma coisa é derrubar os muros de Jericó; outra coisa é entrar e possuir a cidade.
Uma coisa é lutar uma grande e decisiva batalha contra a tentação; outra é prosseguir rumo à perfeição e acrescentar à nossa fé, conhecimento, domínio próprio, piedade, fraternidade, amor e todos os frutos do Espírito [conf 2Pe 1:5-7].
Cada palavra desse texto é extremamente sugestiva. O primeiro pensamento sugerido é, apropriar-se como nossa a herança. Uma coisa é entender as promessas, desejar a experiência, e se propor a obedecer aos mandamentos. Outra é colocar seu próprio nome em tudo, e reivindicar para si as coisas prometidas e comandadas. O pronome pessoal, meu, faz toda a diferença no mundo.
O segundo pensamento sugerido pela expressão é a experiência real daquilo que reivindicamos, entrar nela e vivê-la.
O imigrante pode ir ao cartório de terras e colocar seu nome e solicitação de uma concessão gratuita na Reserva Ocidental, mas isso não é suficiente. Ela não pode se tornar sua propriedade até que ele se estabeleça nela, construindo uma casa e vivendo ali, e começando a cultivar sua propriedade. Então ele se torna no verdadeiro possuidor, e seu título [ou escritura] não pode ser alienado.
É isso que Deus requer que façamos. Primeiro, pela fé, devemos nos apropriar da herança prometida, e então, pela experiência real, nos estabelecer na promessa e levá-la para nossas vidas.
Há algo muito real nessa ideia de nos apropriarmos de uma experiência cristã distinta.
A maioria das pessoas está tentando viver a vida de outra pessoa. Mas Deus tem uma herança para cada um de nós, única, distinta e pessoal. Ele quer que nos apropriemos dela, a entendamos, captemos sua visão, a reivindiquemos para nós mesmos e tomemos posse dela em nossa vida real.
A vida da grande maioria das pessoas é formada de retalhos de outras pessoas. Elas pegam um trapo de uma, um pedaço de outra, e costuram da melhor forma possível, até que se tornem como uma colcha de retalhos, e não é de se admirar que às vezes sejam essa “colcha de retalhos”.
Deus quer que você seja você mesmo, nEle. Ele tem um padrão para você que Ele não tem para mais ninguém, e se você permitir, Ele tecerá sua vida, e a desenvolverá em um design único e belo.
Não é este o significado deste versículo notável e frequentemente mal aplicado: “Desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor, porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade?” [Fp 2:12,13].
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Albert Benjamin Simpson (1843-1919) foi um pastor e escritor canadense. Simpson cresceu em meio à rígida tradição puritana e recebeu seu treinamento teológico em Toronto. Logo que concluiu seus estudos, foi ordenado pastor de uma das maiores congregações presbiterianas do Canadá. Aos 30 anos, deixou o Canadá e assumiu o púlpito da maior igreja presbiteriana de Louisville, no Kentucky/USA. Ali seu encargo pelo evangelismo começou a despertar, mas ele sentia que algo ainda lhe faltava, lutava com problemas de amor próprio, egoísmo e auto-confiança, e ansiava por vencer esses pecados em sua vida. Durante uma campanha com Major Whittle, do Exército da Salvação, ele viu e ouviu pregações com poder e manifestação da presença de Cristo, levando-o a experimentar um enorme vazio, algo que preparou o caminho para sua experiência mais marcante: da suficiência de Cristo. Em 1880 foi chamado pela Igreja presbiteriana da Thirteenth Street, em Nova Iorque, quando começou a sentir um encargo forte pelos pobres de seus arredores. Sofrendo enfermidades desde sua infância, era as vezes impedido por elas de até mesmo de concluir uma pregação. Então, Simpson experimentou a cura divina, parte integrante de sua ministração. Seu trabalho missionário cresceu, e com o tempo, ele estabeleceu um lar para pobres, alcoólatras, abrigo para mães solteiras e um orfanato, além de enviar missionários para diversas regiões do mundo.
Simpson foi um escritor prolífico, tendo uma extensa obra literária de aproximadamente 101 livros, além de poemas, hinos, artigos e livretos. Até nossos dias, ainda nos inspira e fortalece no sentido de buscar uma vida profunda e frutífera no Senhor. Para os que desejam conhecer mais de sua obra, os títulos “Jesus Cristo, Ele mesmo!”, “As quatro dimensões do Evangelho” são publicados pela Editora Betânia na língua portuguesa.