Tu me amas?

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Tu me amas? é uma releitura do capítulo 8 do livro “His Great Love” de T. Austin-Sparks.

T. Austin-Sparks (1888-1971)

“Simão, filho de João, amas-me mais do que estes outros? Ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Ele lhe disse: Apascenta os meus cordeiros. Tornou a perguntar-lhe pela segunda vez: Simão, filho de João, tu me amas? Ele lhe respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Pastoreia as minhas ovelhas. Pela terceira vez Jesus lhe perguntou: Simão, filho de João, tu me amas? Pedro entristeceu-se por ele lhe ter dito, pela terceira vez: Tu me amas? E respondeu-lhe: Senhor, tu sabes todas as coisas, tu sabes que eu te amo. Jesus lhe disse: Apascenta as minhas ovelhas. Em verdade, em verdade te digo que, quando eras mais moço, tu te cingias a ti mesmo e andavas por onde querias; quando, porém, fores velho, estenderás as mãos, e outro te cingirá e te levará para onde não queres” (João 21:15-18).

Leitura: João 21:15-23

Vamos tomar o texto do apóstolo João como base para nossa meditação. Vale lembrar que os escritos de João foram os últimos do Novo Testamento e sua característica final e predominante é o amor.

O 21º capítulo desse Evangelho é uma espécie de apêndice; quase como que uma reflexão tardia. João parece ter concluído seu relato no versículo 31 do capítulo 20, e então parece ter desejado acrescentar algo de caráter e aplicação pessoais, apontando para o amor pessoal pelo Senhor provado por intermédio de uma devoção PRÁTICA. Essa é a tônica do capítulo 21, e é o assunto da nossa mensagem.

O que o Senhor busca nos Seus discípulos? O que é essencial para Ele, e é fundamental para que Ele possa usá-los como participantes e Seus  cooperadores? Vamos dividir isso em 4 aspectos de acordo com o texto de João 21:

  • o desafio do Amor
  • a prova do Amor
  • o domínio do Amor
  • o foco do Amor

Esses 4 aspectos indicam a base necessária e demandada pelo Senhor quando busca cooperadores, participantes dos seus sofrimentos e de Sua glória nessa era.

O Desafio do Amor

Em primeiro lugar, o Senhor nos desafia.

“Simão, filho de João, amas-me mais do que estes outros?” (João 21:15).

Esse desafio é muito pessoal e direto: veja que não foi dirigido a QUALQUER Simão, mas para o “Simão, filho de João”. Ele foi encurralado e não poderia ser confundido na multidão de outros Simões. Foi ESSE Simão quem protestou que, independente das falhas dos outros, seu amor seria mais forte e mais confiável do que o amor dos demais discípulos.

“Amas-me MAIS DO QUE ESTES OUTROS?”

Sem dúvida ouviríamos muitas respostas “Sim!” enfáticas, se o Senhor fizesse essa pergunta hoje entre os irmãos. Mas o Senhor estava evidentemente buscando uma resposta que fosse algo mais do que a que Simão lhe respondeu.

É por isso que Ele foi tão insistente. É como se Ele dissesse: “Simão, você disse que Me ama; chegou ao ponto de dizer que Me amaria até mais do que os outros; mas, Simão, Simão, realmente olhe para o seu próprio coração! Quando fui separado de você e você foi deixado sozinho, quando tudo parecia ter dado errado – todas as suas expectativas foram contrariadas e suas ambições e visões pessoais se mostraram inúteis, por que você disse: ‘Vou pescar’? É como se você tivesse dito: ‘Vou encontrar alguma alternativa para esse tipo de vida, não é satisfatória… é tão incerta e com tantas dificuldades, não consigo ver o caminho, por isso vou escolher um caminho sozinho.'”

Quando o Senhor se esconde e não podemos vê-lo, ouvi-lo, não sentimos que Ele está conosco, Ele parece estar distante e fora do nosso mundo, todas as nossas expectativas parecem ter chegado a um fim e não sabemos onde estamos, tendemos escolher algum caminho e buscamos alternativas ao caminho do amor inabalável.

Esse é um verdadeiro desafio – um desafio positivo – porque essas experiências difíceis e provações são permitidas pelo Senhor.

Não é errado admitir que há momentos em que o Senhor se esconde, que nos sentimos sozinhos e que Ele parece ter fechado os céus para que não haja comunicação entre nós. Nessas horas, pode nos parecer que tudo que buscávamos, esperávamos, que o conteúdo de nossa pregação foi aniquilado, que tudo parece estar em ruínas. O Senhor faz esse tipo de coisa particularmente com pessoas que considera que vão fazer diferença para Ele.

Tomem nota disso, irmãos e irmãs!

As pessoas que vão fazer diferença para o Senhor passam por experiências profundas como essa, e o objetivo desse processo é estabelecê-las em uma base que possibilite ao Senhor usá-las.

Nunca seremos usados ​​se não pudermos permanecer firmes na tempestade. Seremos inúteis para o Senhor se nos desintegramos quando tudo ao nosso redor e em nossa vida espiritual parecer ter chegado a um impasse. Se desistimos, não teremos utilidade para o Senhor. Toda a questão da nossa futura utilidade para o Senhor se baseia num amor ao Senhor que não desiste e diz: “Vou pescar” quando as coisas parecem dar errado.

É por isso que o Senhor reforça uma vez, duas vezes – “Segue-me”, “Quando a ti, segue-me”“Você saiu da provação, do teste – segue-me.”

E você precisa seguir e continuar seguindo mesmo quando não puder vê-Lo, quando não sabe onde Ele está, você terá que continuar. Esse é o tipo de pessoa – e somente essa – que será usada como Pedro foi.

A base dessa utilidade foi esse tipo de amor à Pessoa do Senhor, não amor pelo que Ele estava fazendo por Pedro na ocasião, mas pela Sua Pessoa.

Oh, isso é difícil – só Deus sabe o quão difícil éamá-Lo por Ele mesmo quando Ele parece não estar fazendo nada por nós. Esse é o desafio do amor.

Será que já experimentamos isso? Esse amor demanda algo mais do que ser um cristão nominal, levar o nome de cristão, ir às reuniões e assumir o serviço cristão. O amor pelo Senhor é muito mais do que isso. O Senhor diz: “Tu me amas?” Não vou discorrer sobre as diferentes palavras que foram usadas para “amor” no texto original. O Senhor usou uma palavra, Pedro usou outra. Por ora vamos deixar isso de lado. O desafio é: “Tu me amas?” Qual é o calibre, a qualidade do seu amor? “Tu me amas?”.

A Prova do Amor

Pedro respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo”. O Senhor tomou aquela declaração de Pedro, por mais imperfeita que fosse, pois Ele mesmo havia usado outra palavra, e disse: “Tudo bem, prove isso”.

Primeiro vimos o desafio do amor, agora vemos o amor sendo provado. Como? “Alimenta meus cordeiros.” (Jo 21:15 – Darby). “Cuide das minhas ovelhas.”

Onde está a ênfase nesse pedido? A ênfase está em “meus” – MEUS cordeiros, MINHAS ovelhas.

O amor não é dirigido ao ministério, não é um amor não pelo trabalho em si. Oh, podemos amar pregar, podemos amar servir, estar envolvidos na obra. Podemos amar todo o sistema cristão de organização, atividades e tudo mais, e encontrar nele uma grande satisfação e um lugar para nós mesmos, mas não é sobre isso que estou falando.

Não me refiro ao amor pelo ministério, nem mesmo por amar cuidar e alimentar as ovelhas. Existe uma terrível armadilha nisso. O amor reside nessa afirmação: “Faça isso porque as ovelhas e cordeiros são Meus, só por isso, o seu amor deve ser por Mim, qualquer coisa que for Minha tornar-se-á no objeto do seu amor, da sua devoção e do seu serviço.”

Isso verdadeiramente nos esquadrinha.

Você talvez goste de estar envolvido no serviço cristão, goste de ensinar, de pregar e diria que é para o Senhor. Mas vamos perguntar a nossos próprios corações se nossa real motivação é realmente fazê-lo porque é algo que é amado pelo Senhor?

Estaremos dispostos a entregar nossa vida por algo, quebrar nossos corações e isso somente porque algo é importante para o Senhor? Por que você está fazendo o que está fazendo, seja o que for, nas coisas do Senhor? Ovelhas e cordeiros podem ser muito difíceis e podem quase nos conduzir ao desespero, mas o amor pelo Senhor e o fato de serem dEle nos impedirá de desistir.

Não sei o que você está fazendo, você pode estar cuidando da porta e trazendo as pessoas para dentro, você pode estar tocando um instrumento, ou pode estar fazendo qualquer outra coisa que as pessoas costumam fazer na obra cristã. Mas pense no porquê está fazendo isso? É realmente por um amor pelo Senhor, pelo PRÓPRIO Senhor ou você foi persuadido ou designado a fazê-lo? Tudo deve ser feito para o Senhor consciente e deliberadamente, Ele estabelece tudo nessa base.

A prova do amor é a nossa preocupação com o que é dEle. É apenas dEle, e isso é tudo. Alguma coisa conta e é importante porque é importante para Ele, e não precisarei ser persuadido, coagido, nem precisarei de impulsos externos ou convites. É do Senhor, e isso basta.

O Domínio do Amor

“Em verdade, em verdade te digo que, quando eras mais moço, tu te cingias a ti mesmo e andavas por onde querias; quando, porém, fores velho, estenderás as mãos, e outro te cingirá e te levará para onde não queres.” (Jo 21:18).

Quando você era jovem, você fazia o que queria; quando envelhecer, não fará o que deseja fazer. O amor vai te levar a fazer muitas coisas que não gostaria de fazer. É algo mais do que “gostar”; é amor.

Você será dominado por outro mestre superior a você e que estará posicionado acima de seus gostos e preferências pessoais.

Você fará muitas coisas porque será dominado pelo amor, e você nunca as faria de outra forma. Quando o amor é o mestre, você toma caminhos que jamais escolheria antes.

Isso não estabelece uma forte discriminação entre a infância e a maturidade espiritual? Com efeito, o Senhor está dizendo aqui: “Na infância e na imaturidade espirituais, as pessoas sempre fazem o que desejam, o que querem, o que escolhem. Mas quando você chega à maturidade espiritual, não é mais o que você quer, o caminho que você escolheria – é o caminho ditado pelo outro Mestre, o Mestre que é amor.

Chega o dia em que você diz:

“Meu Mestre, conduza-me à Tua porta;
Perfure esta orelha disposta mais uma vez:
Finalmente minha vontade é toda Tua,
Alegre vassalo do trono de um Salvador.”
H. C. G. Moule (My Glorious Victor Pince Divine)

Esse é um novo tipo de domínio. Tenho servido ao Senhor, mas isso é uma coisa nova, isso é maturidade.

Você percebe que Paulo disse a mesma coisa de outra maneira em 1 Coríntios 13: “E eu passo a mostrar-vos ainda um caminho sobremodo excelente. Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine”, e ele continua com tudo o que poderia ser, ainda que sem amor, e como tudo é nada sem ele.

Então Paulo passa para o desdobramento positivo da natureza do amor verdadeiro. “O amor tudo sofre e é bondoso; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses…” e então, sem interrupção, pois não existe quebra de capítulos, ele diz: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino” (vs 11).

Oh, amor, amor maduro, amor verdadeiro, esse amor não é infantil em seus pensamentos, ideias e caminhos, buscando os seus próprios interesses. O amor adulto maduro, comparando o amor do homem com o da criança, é totalmente diferente. Paulo está descrevendo ali o amor do homem maduro de uma forma linda! Aquela foi a maneira sábia que ele encontrou de mostrar aos coríntios que tudo que acontecia ali era fruto de infantilidade. “Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de Cefas” (1Co 1:12). Isso é infantilidade, não é amor, e quando você chega ao amor maduro e você cresce, todo esse tipo de coisa vai embora. Você não estará selecionando seus favoritos, nem estará fazendo nenhuma dessas coisas que o coríntios estava fazendo.

Quando você se tornar um homem, estará debaixo de outro domínio e, embora possa não gostar, ainda que sua carne se encolha, você irá até a cruz. Nenhum homem escolhe isso para seu próprio conforto carnal e espontaneamente o evitaria; mas você irá para a cruz.

“Disse isto para significar com que gênero de morte Pedro havia de glorificar a Deus.” (vs 19). Pedro seria tão conquistado pelo amor que estenderia suas mãos – Pedro segundo a tradição foi crucificado – seria carregado de uma maneira que não o agradava, mas por causa desse outro mestre, pelo domínio do amor, o amor maduro, amor adulto, ele seria conduzido.

O Senhor realmente precisa de homens e mulheres para servir a Seus propósitos. Existe uma real necessidade de mais jovens no ministério de alimentação e cuidado do povo de Deus. Muitas pessoas interpretaram esse “alimente meus cordeiros” como o trabalho da Escola Dominical. Não acredito que o Senhor quis dizer isso. Os cordeiros, neste caso, não são criancinhas, embora esse possa ser o seu ministério e possa também estar incluído no pacote.

Uma das coisas mais difíceis é cuidar e ministrar aos imaturos, aos espiritualmente atrasados ​​em seu crescimento. Mas seja o que for, o Senhor precisa daqueles que O servirão para ministrar aos Seus. Ele precisa disso! Ele precisa de você para pregar o Evangelho, para ensinar e alimentar Seu povo. Há uma grande necessidade.

Talvez você tenha pensado nisso e talvez tenha até desejado ser usado. Talvez essa seja a sua vontade ou a sua esperança.

Mas ouça: o fato do Senhor precisar de você não significa que você é capaz de fazê-lo, nem que Ele pode chamá-lo agora e abrir o caminho para você.

A necessidade dEle pode ser muito grande e, no entanto, Ele pode não ser capaz de abrir o caminho para você entrar e nem pode usá-lo para atender Sua necessidade.

Por quê? Você pode estar fundamentado na base errada – talvez você acredite que para ser um ministro, um professor, basta estudar a Bíblia e então passar adiante os frutos de seu estudo.

Mas o Senhor está esperando até que seu coração seja partido, esteja quebrantado por toda a situação ao seu redor, e aguarda até que esse assunto seja tão importante para você que você chega ao ponto de afirmar: “Senhor, a única justificação de minha vida é que Seus interesses sejam atendidos.”

Tudo deve ser resumir numa questão de amor pelo Senhor e pelo que é dEle, e não pela obra, pelo ministério.

Tudo para o Senhor e aquilo que é dEle.

Quando você chegar a esse ponto e estiver com sua face voltada para o Senhor, com seu coração quebrantado porque você vê que Ele não está recebendo o que deveria receber, quando isso se tornar em dores de parto para sua alma, você descobrirá que o Senhor começará a fazer algo.

Esta é a base necessária para o Senhor levantar Seus servos. Você poderá até mesmo tomar o caminho com direção a um lugar que considera doloroso e desagradável, mas o toque do mestre-amor o manterá em movimento quando tudo mais o fizer fugir.

Quando vejo jovens com ambição de serem ministros, digo calmamente: “Que o Senhor tenha misericórdia deles.” Isso é algo que você deve se resguardar, só o deseje se o Senhor o estabelecer e o sustentar ali. Não tenha ambições naturais na esfera cristã, mas peça ao Senhor por esse amor que o sustentará quando você daria qualquer coisa para fugir.

Você pode dizer: É terrível falar assim sobre o serviço cristão!

Mas, em um verdadeiro reino espiritual, você enfrenta forças que nunca imaginou que existissem. Você vai encontrar o inferno quando estiver buscando edificar o reino celestial.

Aqui, novamente, o Senhor precisará de você. A necessidade está aí, Ele quer você. Há trabalho para você fazer, e muito.

Oh, Seu povo está faminto, Suas ovelhas precisam ser cuidadas e alimentadas; elas precisam de orientação, aconselhamento, instrução e provisão, e o Senhor quer que vocês sejam Seus subpastores. Estou tão feliz por Pedro ter escrito sua carta sobre o Supremo Pastor e os subpastores [1Pe 5:1-4].

Sim, Ele quer você, Ele precisa de você. Não se engane sobre isso. E se Ele está te deixando esperando, não pense que é porque Ele não te quer, porque não há necessidade. Está tudo aí, clamando, pressionando, mas Ele precisa de uma base – um amor e devoção por Ele que não escolherão seu próprio caminho em irão a lugar nenhum simplesmente porque deseja ir. Você seguirá contra sua própria vontade e debaixo do constrangimento do Seu poderoso amor.

O Foco do Amor

Se acrescentar algo mais, seria isso: vemos a reação aparentemente superficial de Pedro à afirmação fantástica do Senhor. De repente, vendo João seguindo, ele se virou. O Senhor disse: “Segue-me”, e ele imediatamente se vira, vê João e diz: “E quanto a este?” (vs 21). O que vou dizer sobre isso não é tudo, mas me limito a dizer o seguinte, que você vai ser chamado, nomeado para o seu ministério particular. Outros serão chamados para o deles e o deles pode ser diferente do seu. O deles pode estar em uma esfera completamente diferente da sua. Os servos do Senhor geralmente são caracterizados por um ministério específico. Eles têm que reconhecer o que é sua esfera de atuação e devem permanecer ali.

A sua eficácia depende do seu foco e de evitarem distrações, desvios ou interesses divididos. Há algo na natureza da repreensão do Senhor a Pedro – “Que te importa?” (vs 22). Toda a declaração parece significar claramente que o Senhor tem direitos soberanos para dispor de Seus servos como Ele desejar, e eles não devem se permitir serem desviados daquilo para o qual Ele os designou em particular.

O amor por Ele deve resultar em entregar-se TOTALMENTE àquilo para o qual foram chamados. Voltar-se superficialmente para o que não é o chamado DELES é contrário ao amor, é inconstância.

Pedro aprendeu esta lição, fez seu trabalho e glorificou seu Senhor. Ele se tornou um verdadeiro pastor. Ninguém pode ler suas cartas sem sentir seu amor pelo Senhor acima de qualquer coração dividido. O amor opera em fidelidade àquela função específica e fidelidade a ela até o fim – a perseverança prova o amor.

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