A História dos Caminhos de Deus – Parte 6

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C. A. Coates

“Depois, chamou Jacó a seus filhos e disse: Ajuntai-vos, e eu vos farei saber o que vos há de acontecer nos dias vindouros” (Gn 49:1).

A Consumação da Manifestação do Poder de Cristo – Benjamin

Benjamim é mencionado como um lobo que despedaça (verso 27), porque ele é uma figura de Cristo vindo em poder para destruir todo os Seus inimigos, e os inimigos do Seu povo Israel. Se Ele foi rejeitado, é inevitável que tenha que lidar com Seus inimigos. José dá a nós uma ideia do maravilhoso caráter da bênção que está conectado com Ele como distinguido entre Seus irmãos; que é, enquanto hoje Ele está à destra de Deus, e o Espírito é dado aos Seus companheiros no sofrimento e cordeiros. Mas Benjamim é Cristo vindo para destruir Seus inimigos. Ele os despedaça, devora a presa, e divide os despojos (vs 27). Conectei isso com o Salmo 80. Nesse Salmo encontramos Jeová endereçado como o “pastor de Israel, tu que conduzes a José como um rebanho” [vs 1]. No versículo 8, Israel é endereçado como uma videira do Egito e plantada por Ele. Mas no versículo 13, o javali da selva a devasta, e nela repastam os animais do campo. Então temos um chamado no versículo 14: “Ó Deus dos Exércitos, volta-te, nós te rogamos, olha do céu, e vê, e visita esta vinha”. Esse é o estado de coisas conectado àquilo que Benjamin representa. A vinha de Deus, Sua deliciosa vinha – Israel – foi devorada e destruída pelo javali da selva e os animais do campo. Então no versículo 17 temos Benjamim: “Seja a tua mão sobre o povo da tua destra, sobre o filho do homem que fortaleceste para ti”. Esse é Benjamim, o Filho da destra do Pai [Benjamim – “filho da mão direita”]: Ele virá e destruirá o javali da selva e os animais do campo, e restaurará a videira que frutificará, se tornando agradável à Jeová. Cristo vai destruir tudo que se opõe à bênção do povo de Deus, para que Ele possa Se agradar de Sua vinha. Deus vai limpar a cena pelo julgamento para que nada mais possa interferir com a bênção plena, e Benjamim representa o poder de Cristo para fazer isso.

O tempo para que isso aconteça ainda não chegou, então oramos pelos homens – até mesmo os maus e perseguidores – para se converterem e serem abençoados. Mas um dia virá quando ‘súbita destruição’ vai chegar aos adversários, e os santos estarão de acordo com o que Deus fará naquele dia, assim como eles estão de acordo com o que Ele está fazendo Hoje. Eles dirão “Amém, aleluia”, quando a Babilônia for destruída, porque Deus estará destruindo como um julgamento. Suas flechas serão afiadas e atingirão o coração dos inimigos do rei. Podemos usar a figura, Suas flechas estão sendo disparadas em graça Hoje. Elas carregam convicção, mas elas têm uma ponteira que contém um bálsamo celestial.  Elas estão perfurando as juntas das armaduras de muitos, trazendo ao chão a arrogância e conduzindo homens para olhar para Ele em busca de bênção, que Ele nunca falha em conceder [veja 1 Rs 22:30; 34 – a morte de Acabe]. Mas depois as flechas terão um caráter diferente, serão descarregadas nos Seus inimigos que cairão diante Dele em destruição. Deve ser assim; o poder Divino deve intervir; um mundo de rebelião e ilegalidade não pode se perpetuar. As demandas de Deus são desafiadas, e Seu Nome coberto de blasfêmias durante todo o dia. Ele não poderia permitr que isso continuasse; haverá o tempo quando o poder Divino vai se estabelecer.

Não importa quão grande seja a paciência de Deus e sua longanimidade, Ele nunca é indiferente ao mal. Ele suporta longamente, mas sempre haverá um limite. Matusalém viveu uma vida muito longa como uma testemunha da longanimidade de Deus; mas quando o limite de Deus foi alcançado Ele interviu com julgamento pelo dilúvio. A iniquidade do homem vai chegar ao ápice na cabeça da besta e do Anticristo, e então o poder destrutivo que é figurado por Benjamim vai entrar em cena.

Os Ossos de José

Por um momento vamos tocar no último capítulo de Gênesis [50]. A vinda de Cristo no caráter de Benjamim de que falamos abre caminho para o cumprimento de todas as promessas de Deus em referência à terra da promessa; então o livro é concluído com a fé de Jacó e José no que diz respeito à Canaã. Jacó seria enterrado com seus pais, e José teria seus ossos carregados para lá. Depois de Benjamim entrar em cena, e os adversários serem encarados, haverá libertação para Sião, e todas as promessas em relação à possessão de Israel em Canaã serão cumpridas.

Nem Jacó, nem José seriam enterrados no Egito. Ambos tiveram um lugar e sustento no Egito pela ordenação soberana de Deus por um tempo, mas o Egito não era a terra da promessa de Jeová. Suponho que José poderia ter tido uma grande pirâmide no Egito como seu sepulcro, para celebrar seu nome a grandes feitos no Egito. Mas Ele disse, em efeito, o Egito veio e teve um lugar nos caminhos de Deus com Israel, mas não é o alvo desses caminhos: as promessas são relacionadas a Canaã, e não serão cumpridas até que Israel esteja lá, onde estão minhas afeições e interesses. Nem Jacó, nem José viram o cumprimento da promessa; nem os patriarcas. De um ponto de vista natural parecia que a possibilidade de Canaã pertencer a eles fosse a mais difícil de acontecer. Mas eles morreram em fé; e não ficaram desapontados; não pensaram que Deus falhou com eles, ou Seu povo. Sem dúvida eles tinham alguma apreensão de Cristo como Aquele pelo qual tudo se realizará.

No presente momento, as promessas entesouradas por Jacó e José não estão vivas na fé e afeições de Israel, salvo em um remanescente “de acordo com a eleição da graça” [Rm 11:5]. Mas aquilo que eles amavam é sustentando, pela fé, pelos santos das assembleias; não como sua porção, que é celestial, mas é sustentada como uma porção certa de Israel. Estamos tão certos como eles de que Deus vai cumprir as promessas no que diz respeito a Israel e Canaã, como se já as víssemos cumpridas. José deixou um extraordinário testemunho de sua fé; seus ossos deveriam ser carregados; então ele foi embalsamado, e colocado em um caixão no Egito. Foi um testemunho memorável a Israel durante o seu tempo de escravidão no Egito de que a promessa seria cumprida.

Que triste exibição da incredulidade temos nos irmãos de José no final desse livro! Eles viveram dezessete anos pela sua liberalidade, receberam dele o melhor de tudo, e ainda assim, quando Jacó morreu se tornou manifesto que ainda não conheciam seu coração!

“Vendo os irmãos de José que seu pai já era morto, disseram: É o caso de José nos perseguir e nos retribuir certamente o mal todo que lhe fizemos. Portanto, mandaram dizer a José: Teu pai ordenou, antes da sua morte, dizendo: Assim direis a José: Perdoa, pois, a transgressão de teus irmãos e o seu pecado, porque te fizeram mal; agora, pois, te rogamos que perdoes a transgressão dos servos do Deus de teu pai. José chorou enquanto lhe falavam” (Gn 50:15).

José realmente deveria chorar quando lhe falaram aquelas coisas! Eles ainda não o conheciam realmente, nem acreditavam no seu amor. Isso é muito frequente no meio dos crentes hoje! Vivendo pela liberalidade de Cristo por anos, e ainda assim não conhecendo os pensamentos do Seu coração de uma forma que possam ter perfeita confiança Nele!

Extraído do livro “An Outline of Genesis”, de C. A. Coates.

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