A História dos Caminhos de Deus – Parte 1

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C. A. Coates

“Depois, chamou Jacó a seus filhos e disse: Ajuntai-vos, e eu vos farei saber o que vos há de acontecer nos dias vindouros” (Gn 49:1).

Na impressionante declaração profética de Jacó no capítulo 49 de Gênesis, temos uma visão abrangente do que ainda deveria acontecer na história de seus filhos. Vemos que essa história retrata realmente a história do homem, visto sua constituição natural. Também ao homem se aplicam as diferentes características que surgem após a intervenção de Deus em suas vidas por meio de Cristo. Vemos essa intervenção profeticamente descrita nesse capítulo, particularmente na conexão com Judá e José, além de Benjamim, no qual vemos um tipo do poder pelo qual Cristo finalmente irá lidar com seus inimigos. A bênção de Moisés em Deuteronômio 32 é mais relacionada ao propósito; enquanto que aqui temos lições aprendidas experimentalmente na vida de pessoas. Essa profecia está mais relacionada à linha moral do homem em conexão aos caminhos de Deus.

Pode ser de grande ajuda primeiramente observar que o capítulo está dividido em quatro partes, e que existem três tribos em cada uma delas. Em Rúben, Simeão e Levi temos a condição natural do homem. Em Zebulom, Issacar e Dã vemos as influências que levam o homem à um afastamento, mesmo depois que Deus ter trazido Sua bênção para essa vida. Então temos Gade, Aser e Naftali, onde vemos o poder e efeito da salvação de Deus para aqueles que por ela esperam e a conhecem pela fé, quando há um discernimento do verdadeiro estado do homem, mesmo depois daquilo que foi visto de como o homem cai sob influências perversas, depois que Cristo é trazido a sua vida. As três tribos restantes – que são, Judá, José e Benjamim – falam dos caminhos diferentes de Cristo. O capítulo é então dividido de forma bem distinta em quatro partes, e contém uma grande quantidade de instrução importante para nós.

O Retrato do Homem Natural – Rúben, Simeão e Levi

Primeiro vemos o estado natural do homem; corrupção em Rúben, e violência em Simeão e Levi.

[“Rúben, tu és meu primogênito, minha força e as primícias do meu vigor, o mais excelente em altivez e o mais excelente em poder. Impetuoso como a água, não serás o mais excelente, porque subiste ao leito de teu pai e o profanaste; subiste à minha cama”. (Gn 49:3,4)

Na versão do Rei Tiago (KJV), a palavra usada para descrever Rúben é ‘Instável como a água’ – essa é a versão utilizada pelo autor]

‘Instável’ é de fato ‘impetuoso’; o homem é levado pelo poder dos seus desejos e paixões; ele não tem nada que o refreie para agir de acordo com a vontade de Deus. Quando algo contraria sua vontade ou orgulho, ele se torna violento. No caso de Simeão e Levi havia motivo para indignação; mas eles agiram movidos pelo orgulho e violência de sua natureza, e nem consideraram o temor de Deus [Gn 34]. Esse caminho traz maldição tanto a nações quando a indivíduos, como podemos ver em Amós nos capítulos 1 e 2.   

[“Simeão e Levi são irmãos; as suas espadas são instrumentos de violência. No seu conselho, não entre minha alma; com o seu agrupamento, minha glória não se ajunte; porque no seu furor mataram homens, e na sua vontade perversa jarretaram touros. Maldito seja o seu furor, pois era forte, e a sua ira, pois era dura; dividi-los-ei em Jacó e os espalharei em Israel” (Gn 49:5-7)].

Essas afirmações de Jacó são consideradas bênçãos no capítulo 49, versículo 28. Ter o estado natural do homem exposto, incluindo as influências que o afastam de Deus, é uma bênção por natureza, porque prepara o caminho para ela.

[“São estas as doze tribos de Israel; e isto é o que lhes falou seu pai quando os abençoou; a cada um deles abençoou segundo a bênção que lhe cabia”- Gn 49:28].

Arrependimento é uma bênção, apesar de se considerado com uma conotação negativa. O fato é que a luz divina foi derramada pelas afirmações de Jacó da história deles, se eles tivessem pelo menos atentado pela isso.

Extraído do livro “An Outline of Genesis”, de C. A. Coates.

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