T. Austin-Sparks (1888-1971)
“Porque para mim o viver é Cristo” (Filipenses 2:21).
A carta aos Filipenses começa com uma declaração de Paulo: “Porque para mim o viver é Cristo” (2:21) e, depois, ele continua a expressar seu desejo de conhecer mais e mais do Senhor, manifestando sua determinação de prosseguir em tal conhecimento como quem busca um prêmio muito desejado.
Se quisermos saber o que significa ganhar a Cristo, devemos seguir para Romanos 8:29, onde descobriremos que a intenção de Deus é que sejamos conformados à imagem de Seu Filho. Ser conformado equivale a ganhar a Cristo, este é o prêmio, que envolve alcançar a plenitude de Cristo em Sua perfeição moral. Tal plenitude será uma expressão de glória a ser manifestada pelos filhos de Deus. O alvo e o prêmio da vida cristã seria resumidamente tornar-se moral e espiritualmente unido a Cristo em Seu lugar de exaltação. Faremos bem se mantivermos diante de nós este prospecto glorioso: “a manifestação dos filhos de Deus”.
Quando Paulo falou sobre ganhar a Cristo e alcançar o prêmio, expressava seu desejo ardente de ser conformado à imagem do Filho de Deus. Esse é o objetivo e propósito de Deus na salvação. É claro que não fazemos nada para ganhar a salvação, e que também não precisaremos sofrer a perda de coisa alguma para sermos salvos. Somos salvos pela fé, não por obras; a salvação não é um prêmio a ser alcançado, não é algo que demande pelo nosso esforço, é um presente, um dom gratuito.
Mas além desse dom, Paulo ainda aspirava alcançar alturas ainda não conquistadas e, por isso, escreveu que considerava todas as coisas que possuíra como perda, por causa da excelência do conhecimento de Jesus Cristo, seu Senhor. Se o poder desse mesmo Espírito está operando em nós, certamente produzirá o mesmo efeito! Precisamos entender quão pequeno é o valor de tudo que possuímos, quando comparado com o grande prêmio de Cristo.
Extraído do texto “O Grande Prêmio”, de T. Austin-Sparks, publicado no site www.austin-sparks.net.
T. Austin Sparks (1888-1971) nasceu em Londres e estudou na Inglaterra e na Escócia. Aos 25 anos, iniciou seu ministério pastoral, que perdurou por alguns anos, até que, depois de uma crise espiritual, o Senhor o direcionou a abandonar aquela forma de ministério, passando a segui-Lo integralmente naquilo que parecia ser “o melhor que Deus tinha para ele”. Sparks foi um homem peculiar, que priorizava os interesses do Senhor em vez do sucesso do seu próprio ministério. Sua preocupação não era atrair grandes multidões, mas ansiava desesperadamente por Cristo como a realidade de sua pregação. Por isso, suas mensagens eram frutos de sua visão e intensas experiências pessoais. Ele falava daquilo que vivenciava, e sofria dores de parto para que aquela visão se concretizasse primeiramente em sua própria vida. Pelo menos quatro linhas gerais podem ser percebidas em suas mensagens: (a) o grandioso Cristo celestial; (b) O propósito de Deus focado em ganhar uma expressão corporativa para Seu Filho; (c) a Igreja celestial – a base da operação de Deus na terra e (d) a Cruz – o único meio usado pelo Espírito para tornar as riquezas de Cristo parte da nossa experiência. Sparks também acreditava que os princípios espirituais precisavam ser estabelecidos por meio da experiência e do conflito, quando finalmente seriam interiorizados no crente, tornando-se parte de sua vida. Sparks desejava que aquilo que recebeu gratuitamente fosse também assim repartido, e não vendido com fins lucrativos, contanto que suas mensagens fossem reproduzidas palavra por palavra. Seu anseio era que aquilo que o Senhor havia lhe concedido pudesse servir de alimento e edificação para os seus irmãos. Suas mensagens são publicadas ainda hoje no site www.austin-sparks.net e seus livros são distribuídos gratuitamente pela Emmanuel Church.
“Nenhum homem é infalível e ninguém ainda ”obteve a perfeição”. Muitos homens piedosos precisaram se ajustar, seguindo um senso de necessidade, após Deus lhes haver concedido mais luz.” (De uma Carta do Editor publicada pela primeira vez na revista “A Witness and A Testimony“, julho-agosto de 1946).