Ascendência Espiritual
T. Austin-Sparks (1888-1971)
“Quem subirá ao monte do SENHOR? Quem há de permanecer no seu santo lugar?” (Salmo 24:3)
“Olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, tendo na fronte escrito o seu nome e o nome de seu Pai.” (Apocalipse 14:1)
Nesse livro o Irmão T.Austin-Sparks nos leva a refletir no que é ascendência espiritual. Logo no início do livro, ele nos aponta essas duas passagens, do Salmo 24 e de Apocalipse 14. Ali temos uma pergunta e uma resposta. Quem subirá?
“Nesses dois textos vemos o início e o final da história, a antecipação do evento e sua realização, a pergunta e a resposta” (T. Austin-Sparks) .
Nesse livro, T.Austin-Sparks descreve como os tratos do Senhor com seu povo estão absolutamente certos e tem um objetivo supremo. O Senhor quer nos conduzir à ascendência. Ele explica:
- Como as doze tribos de Israel foram levantadas para ser um povo governante, e como eles perderam aquilo que Deus intencionava para eles;
- O que é Sião, qual a sua importância, e o que representa para a Igreja hoje;
- Que a vida do Senhor implantada em nós é ascendente, e que recebemos essa força poderosa no nosso novo nascimento, que nos conduzirá ao trono;
- Onde Israel falhou, e como isso é importante para nós, porque também podemos cair no mesmo erro;
- Que ambição não é algo necessariamente pecaminoso, desde que seja uma santa ambição;
- A ascendência sempre será desafiada e nossas motivações serão testadas nessa peregrinação para Sião;
- Como o testemunho das festas de Israel, quando todo o homem devia subir a Sião, pode ser aplicado à nossa vida hoje;
- O que é ascendência e sobre o que devemos ascender?
“Entretanto, precisamos também acreditar (e se necessário, lutar para isso) que o fim justificará o caminho pelo qual fomos conduzidos, vindicando a Deus por Sua direção. Isso é muito difícil e toca em tantas outras questões! Não é fácil acreditar que haverá um dia em que afirmaremos de forma positiva e definitiva: “Deus não cometeu nenhum erro, Ele sabia o que estava fazendo, fez a coisa certa!”, a despeito de todas experiências desta vida, dos caminhos pelos quais Ele nos conduziu e que abalaram nossos alicerces, como o sofrimento, a aflição, as decepções, tristezas e perplexidades. Diante de tudo o que estamos passando, todo o estado de nossas vidas neste momento, talvez seja difícil acreditar que tudo está precisamente certo. O fim justificará o caminho, vindicando os tratos de Deus conosco”. (cap 1)
“Quando vemos uma pessoa continuamente ocupada com seus próprios problemas, o tempo todo circulando ao redor de seus sofrimentos, e se essa pessoa torna toda a disciplina e treinamento em algo pessoal, não como algo que vem para testar e provar a sua fé, logo percebemos que ela afastou completamente a essência do propósito Divino atrelado a essas provas e sofrimentos. Essa pessoa está derrotada. Se apenas pudéssemos tomar essas provas, adversidades, sofrimentos e problemas que chegam até nós à luz do grande objetivo final, como degraus de uma escada levando nossos pés na direção do Trono! É a escada do sofrimento que nos conduz ao Trono. Vemos o Cordeiro no trono, e são sofrimentos e sacrifícios que conduzem ao monte Sião. Ainda assim, frequentemente tomamos essas provas na esfera pessoal, perdendo, então o seu objetivo final.
Não seja consumido pela autocomiseração! Veja o que isso está fazendo. Está dando ao inimigo o terreno que ele deseja para te sustentar em derrota. Não seremos úteis dessa forma. Nossas fraseologias sobre vitória não contam. Enquanto não tomarmos nossas aflições e sofrimentos, dizendo: “Isso deve me levar para cima, isso precisa ficar debaixo dos meus pés. Deus me deu isso como uma boa oportunidade para que possa aprender a respeito de ascendência”, enquanto não tomarmos uma atitude como essa, toda a nossa aflição e sofrimento estarão trabalhando na direção oposta da que Deus determinou.” (cap 2)

Sobre o autor
T. Austin Sparks (1888-1971) nasceu em Londres e estudou na Inglaterra e na Escócia. Aos 25 anos, iniciou seu ministério pastoral, que perdurou por alguns anos, até que, depois de uma crise espiritual, o Senhor o direcionou a abandonar aquela forma de ministério, passando a segui-Lo integralmente naquilo que parecia ser “o melhor que Deus tinha para ele”. Sparks foi um homem peculiar, que priorizava os interesses do Senhor em vez do sucesso do seu próprio ministério.
Sua preocupação não era atrair grandes multidões, mas ansiava desesperadamente por Cristo como a realidade de sua pregação. Por isso, suas mensagens eram frutos de sua visão e intensas experiências pessoais. Ele falava daquilo que vivenciava, e sofria dores de parto para que aquela visão se concretizasse primeiramente em sua própria vida. Pelo menos quatro linhas gerais podem ser percebidas em suas mensagens: (a) o grandioso Cristo celestial; (b) O propósito de Deus focado em ganhar uma expressão corporativa para Seu Filho; (c) a Igreja celestial – a base da operação de Deus na terra e (d) a Cruz – o único meio usado pelo Espírito para tornar as riquezas de Cristo parte da nossa experiência.
Sparks também acreditava que os princípios espirituais precisavam ser estabelecidos por meio da experiência e do conflito, quando finalmente seriam interiorizados no crente, tornando-se parte de sua vida. Sparks desejava que aquilo que recebeu gratuitamente fosse também assim repartido, e não vendido com fins lucrativos, contanto que suas mensagens fossem reproduzidas palavra por palavra. Seu anseio era que aquilo que o Senhor havia lhe concedido pudesse servir de alimento e edificação para os seus irmãos. Suas mensagens são publicadas ainda hoje no site www.austin-sparks.net e seus livros são distribuídos gratuitamente pela Emmanuel Church.