O artigo “Cultivando um relacionamento com Deus” é composto por extratos selecionados das páginas 13 a 15 do livro “À Procura de Deus”, de A. W. Tozer, publicado pela Editora Betânia.
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A. W. Tozer (1897-1963)
“A minha alma apega-se a Ti, a Tua destra me ampara” (Salmo 63:8).
Andamos quase inteiramente esquecidos de que Deus é uma pessoa, e que, por isso, devemos cultivar nossa comunhão com Ele como cultivamos nosso companheirismo com qualquer outra pessoa. É parte inerente de nossa personalidade conhecer outras personalidades, mas ninguém pode chegar a um conhecimento pleno de outra através de apenas um encontro. Somente após uma prolongada e afetuosa convivência é que dois seres podem avaliar mutuamente sua capacidade total.
Deus é uma pessoa, e nas profundezas de Sua poderosa natureza Ele pensa, deseja, tem gozo, sente, ama, quer e sofre, como qualquer outra pessoa. Em Seu relacionamento conosco, Ele se mantém fiel a esse padrão de comportamento da personalidade. Ele se comunica conosco por meio de nossa mente, vontade e emoções. O cerne da mensagem do Novo Testamento é a comunhão entre Deus e a alma redimida, manifestada em um livre e constante intercâmbio de amor e pensamento.
Esse intercâmbio entre Deus e a alma, pode ser contatado pela percepção consciente do crente. É uma experiência pessoal, isto é, não vem através da igreja, como Corpo, mas precisa ser vivida por cada membro. Depois, em consequência dele, todo o Corpo será abençoado.
Nós somos em miniatura, (excetuando nossos pecados), aquilo que Deus é de forma infinita. Tendo sido feitos à Sua imagem, temos dentro de nós a capacidade de conhecê-Lo. Enquanto em pecado, falta-nos somente o poder. Mas, a partir do momento em que o Espírito nos vivifica, dando-nos uma vida regenerada, todo o nosso ser passa a gozar de afinidade com Deus, mostrando-se exultante e grato. Isso é este nascer do Espírito, sem o qual não poderemos ver o reino de Deus. Mas esse não é o fim, mas apenas o começo, pois é a partir daí que nosso coração inicia o glorioso caminho da busca que consiste em penetrar nas infinitas riquezas de Deus.
Posso dizer que começamos nesse ponto, mas digo também que homem nenhum já chegou ao final dessa exploração, pois os mistério da Trindade são tão grandiosos e insondáveis que não tem limite nem fim.