“O Deus Filho” é um artigo baseado em meditações no capítulo 1 da Epístola aos Hebreus.
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“E, novamente, ao introduzir o Primogênito no mundo, diz: E todos os anjos de Deus o adorem…Ainda: No princípio, Senhor, lançaste os fundamentos da terra, e os céus são obra das tuas mãos; eles perecerão; tu, porém, permaneces; sim, todos eles envelhecerão qual veste; também, qual manto, os enrolarás, e, como vestes, serão igualmente mudados; tu, porém, és o mesmo, e os teus anos jamais terão fim.” (Hb 1:6, 10-12).
O Primogênito de Deus
“Nesses versículos, Cristo nos é apresentado como o Criador, a quem todos devem sua existência. Ele é apresentado como aquele que é eterno e imutável, de quem, quando todo o resto envelhecer e perecer, se poderá dizer: “Tu permaneces; Tu és o mesmo, e os Teus anos jamais terão fim” (“O Santo dos Santos: Uma Exposição da Epístola aos Hebreus”, de Andrew Murray, Editora Doze Cestos).
Um ponto importante é perceber que o texto nos remete à volta do Senhor Jesus, quando finalmente teremos um novo céu e nova terra, e tudo que vemos ao nosso redor será mudado. Isso está amplamente descrito na Palavra de Deus (Ml 4:1; 2Pe 3:10; Mt 24:29-30). Um dia tudo isso que vemos aqui passará, mas o Senhor Jesus e Suas palavras permanecerão. Ele não muda e não mudará.
“Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão” (Mt 24:35).
Mas como podemos inferir que esse texto se refere ao fim dos tempos? Pela palavra “Primogênito”. Em Sua primeira vinda, Jesus era o Unigênito de Deus (Jo 1:14,18; 3:18, 1Jo 4:9), mas aqui a menção é que o Primogênito será introduzido ao mundo. O Senhor Jesus será novamente introduzido ao mundo, não mais como o Unigênito de Deus, mas como o Primogênito entre muitos irmãos (Rm 8:29; Cl 1:18, Ap 1:5). Agora Deus tem muitos filhos (Jo 1:12; Gl 3:26; Hb 2:10, 13).
Quando lermos esse texto, devemos compreender o que o Escritor está dizendo: devemos nos lembrar que Ele foi o criador de todas as coisas, e apesar de sabermos que um dia tudo isso irá perecer, Ele permanecerá o mesmo. Todo o relato se inicia com uma descrição de Sua Pessoa maravilhosa. Mas isso não é algo do passado, é permanente. Tudo isso ainda continuará glorioso no futuro. A Pessoa do Senhor é ilimitada.
Entenda que Deus viu a necessidade de nos falar por ninguém senão por Aquele que poderia alcançar o nosso coração e enchê-lo com o poder de Sua palavra eterna.
Nosso Cristo, a Rocha eterna
“A divindade de Cristo é a rocha sobre a qual descansamos.
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- Por causa de Sua divindade Ele realizou uma purificação verdadeira do pecado e o eliminou;
- Por causa de Sua divindade Ele pode verdadeiramente transmitir-nos a vida divina e mantê-la em nós;
- Por causa de Sua divindade Ele pode entrar no mais íntimo do nosso ser e ali habitar.
Paulo disse: “Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor”. O mais importante na vida cristã, a única coisa necessária, é o conhecimento de Cristo. Não a apreensão intelectual da verdade, mas o conhecimento em nosso coração, um conhecimento vivo e experimental que procede da fé e da comunhão com Ele, do amor e da obediência.
O verdadeiro conhecimento de Deus está além da compreensão e da razão.
Prostre-se em reverente adoração e adore Cristo. “Que todos os seus santos o adorem”. É adoração, não estudo, que nos preparará para conhecer Cristo”.“
(Andrew Murray, O santo dos Santos: Uma Exposição da Epístola aos Hebreus, Editora doze Cestos).
O Filho assentado à direita de Deus
“Ora, a qual dos anjos jamais disse: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés? Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação?” (Hb 1:13,14).
Aqui saímos do contexto do final dos tempos, e retornamos para aquilo que acontece em nossos dias. Quando o Senhor Jesus Se assentou à direita do Pai? Quando Ele foi elevado à Sua destra nas alturas.
“’Assenta-te à minha direita’. Essas palavras encontram-se no Salmo 110. A Epístola aos Hebreus emprega cinco vezes essa expressão [1:3, 1:13, 8:1, 10:12, 12:2]. As palavras de Davi proferidas por meio do Espírito Santo, as quais ele deve ter compreendido muito superficialmente, tornaram-se, por meio de Jesus e dos apóstolos, a revelação da mais suprema glória de Cristo, e a maior força de nossa fé e esperança.
Deus é, e deve ser, infinitamente zeloso de Sua honra – Ele não reparte Sua glória com ninguém. Certamente a única razão por que Jesus, o Filho do Homem crucificado, toma Seu lugar à direita da Majestade nas alturas é porque Ele é também o Filho de Deus, porque Ele é Deus.
Isso nos assegura que agora o poder e o domínio do próprio Deus estão em Suas mãos para levar adiante a obra de redenção até sua completa finalização, até que todos os Seus inimigos sejam colocados debaixo de Seu pés, e Ele entregue o Reino para o Pai”.
(Andrew Murray, O santo dos Santos: Uma Exposição da Epístola aos Hebreus, Editora doze Cestos).
O Ministério dos anjos
“Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação?” (vs 14).
Conhecemos o ministério terreno do Senhor, e essa obra está completa, mas também vemos em Hebreus o ministério celestial do Senhor Jesus. O que Ele está fazendo lá hoje? Ele está cumprindo o propósito eterno de Deus.
O que Ele usa nesse ministério? Os anjos também.
Compare a escada de Jacó em Gn 28:10-17 com Jo 1:47-51. O Senhor é a escada que liga a terra ao céu. Ele está à direita da Majestade nos céus e também está aqui na terra em nossos corações:
“E sonhou: Eis posta na terra uma escada cujo topo atingia o céu; e os anjos de Deus subiam e desciam por ela” (Gn 28:12).
“E acrescentou: Em verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem” (Jo 1:51).
Nós somos a Betel, a casa de Deus, onde essa maravilhosa escada está posta, a qual vai até aos céus, à destra da Majestade.
A Igreja manifesta o Céu Aberto, as coisas celestiais. Hoje a Igreja tem uma ligação direta com o Céu.
Enviados pelo Senhor, os anjos podem subir e descer como ministradores da vontade dEle até nós.
“O escritor desejava imprimir profundamente em nosso coração o pensamento de que anjos são infinitamente diferentes do Filho apesar de virem do trono de Deus e serem os instrumentos de Seu poder. Eles são incapazes de conceder a redenção do pecado, a comunhão verdadeira com Deus, a vida e o amor de Deus. É para o Filho, assentado à direita de Deus, agindo no poder de Deus, que devemos olhar em busca de redenção eterna, em busca da verdadeira libertação interior do pecado, em busca de uma salvação completa.
A expressão “Assenta-te à minha direita” é proferida para que a ouçamos. Nessas palavras concentra-se todo o falar de Deus. “Vê”, Ele diz, “como Eu O exaltei, teu irmão, tua segurança, teu cabeça, à minha mão direita, como demonstração ao de minha perfeita aceitação de Sua obra; como demonstração de tua admissão perfeita à minha presença e ao gozo de todo o poder da vida celestial; de tua participação plena, em teu íntimo, de tudo o que o reino dos céus propicia”.
Jesus entrou no céu por nós e, em união com Ele, levou-nos para uma vida celestial. O conhecimento dessa verdade libertará o cristão de tudo o que é indigno, vil e fraco e o elevará para uma vida de regozijo e poder.
Contemplar o Cristo celestial na presença do Pai, a quem todas as coisas estão sujeitas, nos transformará em cristãos celestiais, que habitam todo o dia na presença de Deus e que vencem todos os inimigos.
Se desejarmos obter esse conhecimento abençoado do nosso Senhor e a vida abençoada na experiência de Seu poder, a Escritura tem uma oração para nós, que faríamos bem se a orássemos frequentemente (Ef 1:17-22).
Observe como Aquele que Se assenta no trono no céu é adorado (Ap 5:8-14; 7:9-12); possa todo pensamento sobre Jesus assentado no trono nos conduzir à adoração”.
(Andrew Murray, O santo dos Santos: Uma Exposição da Epístola aos Hebreus, Editora doze Cestos).
O domínio universal do Trono
“Ora, desde que lhe sujeitou todas as coisas, nada deixou fora do seu domínio. Agora, porém, ainda não vemos todas as coisas a ele sujeitas” (Hb 2:8).
Devemos nos lembrar que Jesus tem todas as coisas debaixo de Seus pés, apesar de ainda não VERMOS tudo sujeito a Ele. Agora o Senhor está trabalhando para levar a termo o propósito eterno de Deus.
“E, então, virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder. Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos pés. O último inimigo a ser destruído é a morte. Porque todas as coisas sujeitou debaixo dos pés. E, quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, certamente, exclui aquele que tudo lhe subordinou. Quando, porém, todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então, o próprio Filho também se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos”. (1Co 15:24-28).
Quando o Senhor Jesus cumprir tudo que foi designado, entregará o trono ao Pai. O texto acima, de 1 Coríntios 15 é uma correspondência direta com Hebreus. Sim, o Senhor já está assentado no trono nesse momento, e Ele está agindo. Finalmente, Ele concluirá Sua obra e devolverá o trono ao Pai.
A grandeza do Filho Eterno
“Que porção maravilhosa da Palavra é Hebreus 1! Esse capítulo nos dá um relato de Cristo da eternidade passada à eternidade futura:
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- Ele era o próprio Deus na eternidade passada (v.8);
- Ele foi o Criador da terra e dos céus (vs. 2,10);
- Ele é o Sustentador de todas as coisas (v.3);
- Ele é o Herdeiro de todas as coisas (v.2);
- Ele Se encarnou para a redenção pela crucificação (v.3);
- Ele foi gerado Filho de Deus em ressurreição para transmitir vida aos muitos filhos de Deus (v.5);
- Ele será o Rei no trono, com o cetro no reino (vs. 8,9);
- Ele permanecerá para todo o sempre na eternidade futura (vs. 12).”
(Witness Lee, Estudo Vida Hebreus, Editora Árvore da Vida)
Este é o Filho pelo qual Deus nos fala hoje (Hb 1:2). Somos muito mais privilegiados que os santos do passado, que ouviram o falar de Deus por meio dos profetas e dos anjos.
Nós hoje, não só ouvimos o Filho falar, mas temos acesso à própria Palavra Viva habitando dentro de nós. Não ouvimos palavras vindas de algum lugar, de um mediador, mas o falar que ouvimos é o mover de uma Pessoa maravilhosa dentro de nós.
Isso deve nos impactar sempre e nos levar à adoração ao Senhor.
A importância da visão do trono
Podemos perceber que homens que foram vitoriosos em seu testemunho glorioso a respeito do Senhor tiveram uma VISÃO muito clara do Senhor no TRONO. Percebemos pelas palavras desses irmãos o quanto isso foi importante e marcante para sustentá-los em sua jornada, testemunho e durante todas as dificuldades que passaram.
Sim, essa visão traz consigo poder:
Logo no registro inicial do livro de Atos, descobrimos que o Senhor ascendeu aos céus e algumas testemunhas presenciaram esse momento. Essa ascensão poderosa sustentou esses homens que sabiam que Jesus estava vivo e estava com o Pai nos céus:
“De fato, o Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à destra de Deus” (At 1:19). Veja também At 5:31.
Também podemos indicar outros quatro testemunhos poderosos, que são forte inspiração para nós:
A) Estêvão
Logo na primeira perseguição à Igreja, Estêvão foi questionado e testemunhou poderosamente do Evangelho. O testemunho de Estêvão foi concluído com essa maravilhosa visão. Ele VIU O FILHO DO HOMEM à destra de Deus.
“E disse: Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, em pé à destra de Deus” (At 7:56).
B) Pedro
Aquele que seguiu Jesus, o negou… O apóstolo Pedro tinha um firme fundamento para sua fé. O que pode ter sustentado Pedro? (2Pe 1:16-18) Ele foi testemunha da majestade do Senhor no monte da transfiguração, e isso ficou marcado para sempre nele. Mas Pedro também sabia que o Senhor estava no TRONO. Essa convicção o levou a pregar ousadamente no dia do Pentecostes, e também a encorajar as igrejas em suas cartas.
“Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis” (At 2:33).
“O qual, depois de ir para o céu, está à destra de Deus, ficando-lhe subordinados anjos, e potestades, e poderes” (1Pe 3:22).
C) Paulo
Paulo teve uma visão grandiosa e tentava traduzir isso àqueles para quem compartilhava. Em suas cartas, principalmente as da prisão, vemos como ele tentava descrever SUA VISÃO DE CRISTO NO TRONO. Mesmo aprisionado, Paulo escreveu maravilhosamente sobre aquela visão celestial, que o fortaleceu e o levou a perseverar até o fim.
“Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus” (Cl 3:2).
“O qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais, acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir, não só no presente século, mas também no vindouro. E pôs todas as coisas debaixo dos pés, e para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja” (Ef 1:20-22).
“Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai” (Fp 2:9-11).
“Se é necessário que me glorie, ainda que não convém, passarei às visões e revelações do Senhor. Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos, foi arrebatado até ao terceiro céu (se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe) e sei que o tal homem (se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe) foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir” (2Co 12:1-4)
D) João
João estava preso, mas podia VER. João teve a visão maravilhosa da consumação do propósito de Deus, e mesmo em Patmos, prisioneiro, recebeu a visão mais gloriosa do CORDEIRO no TRONO. O trono agora também era do Cordeiro. Sim, Ele venceu.
Ele viu o trono de Deus e do Cordeiro (Ap 22:1,3).
É fundamental ver que O CORDEIRO está no trono. Nosso Jesus é grandioso, e SABER QUE ELE ESTÁ no trono hoje precisa ser algo vivo em nossa vida. Precisa fazer diferença na forma que vemos as coisas, precisamos pedir ao Senhor por essa visão. Ela não é só para os apóstolos, mas também para todos nós.
O Trono Eterno
Vamos descrever resumidamente sobre a história desse Trono Eterno. Isso é importante para não perdermos a perspectiva de que Deus tem um propósito e um plano, e faz tudo dentro do conselho de Sua vontade (Ef 1:11), ainda que não possamos compreender. O céu domina (Dn 4:26).
O trono de Deus é eterno. Deus merece a adoração universal, Ele é o criador do universo e tudo criou por Sua vontade.
“Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas” (Ap 4:11).
O nosso criador, tão claramente descrito em Apocalipse 4, é o AUTOR de tudo, e merece toda glória. O salmista disse que o Senhor firmou o mundo. Seu trono é eterno. A percepção dessa verdade é poderosa. Quando Jeremias estava encarando a destruição de Jerusalém, o desvio da maioria, o que o sustentou naquele cerco terrível foi lembrar que o Deus que ele servia era o DEUS ETERNO. Mesmo que as coisas pareciam estar ruindo, quem estava no TRONO ERA O SEU DEUS.
Nesse trono vemos alguns aspectos fundamentais.
O trono tem uma natureza, um fundamento: JUSTIÇA e DIREITO (Sl 89:14; Sl 45:6). A partir desse trono, a SOBERANIA de Deus é exercida. Só alguém com absoluto poder e autoridade pode se assentar ali.
Qual atividade é realizada ali? No trono, o SOBERANO JULGA. O trono é um local de contato, pleito e julgamento. Ali a AUTORIDADE MÁXIMA é exercida de forma JUSTA.
“Porque sustentas o meu direito e a minha causa; no trono te assentas e julgas retamente… Mas o SENHOR permanece no seu trono eternamente, trono que erigiu para julgar” (Sl 9:4,7).
“Bendito seja o SENHOR, teu Deus, que se agradou de ti para te colocar no seu trono como rei para o SENHOR, teu Deus; porque o teu Deus ama a Israel para o estabelecer para sempre; por isso, te constituiu rei sobre ele, para executares juízo e justiça” (2Cr 9:8).
Onde o TRONO está localizado:
“Nos céus, estabeleceu o SENHOR o seu trono, e o seu reino domina sobre tudo” (Sl 103:19).
“Quem há semelhante ao SENHOR, nosso Deus, cujo trono está nas alturas, que se inclina para ver o que se passa no céu e sobre a terra?” (Sl 113:5).
A partir dessa visão privilegiada, o SOBERANO vê tudo, Sua visão é ampla. Ele está ACIMA de nós. Não está limitado pelo tempo.
O Trono eterno desafiado
Sabemos que Deus fez tudo bom e perfeito (Tg 1:17). Nada de corrupto ou ruim pode proceder de Deus. Mas algo aconteceu. Sabemos pelo relato Bíblico que alguém tentou USURPAR aquele TRONO. Isaías nos diz:
“Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do Norte; subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo. Contudo, serás precipitado para o reino dos mortos, no mais profundo do abismo.” (Is 14:13,14).
A Palavra nos informa que a consumação máxima disso ainda aguarda ser executada. Mas o fato é que o inimigo foi limitado. Ele buscou O TRONO e perdeu toda a possibilidade de glória.
Ainda assim, ele tentou destruir a criação, plantando o mesmo desafio na raça humana – depender de DEUS, tendo ELE NO TRONO, ou ter nossa própria soberania, ter o conhecimento do bem e do mal, ser capaz de JULGAR por nós mesmos, sem precisar depender de Deus? Sabemos qual foi a escolha do homem.
“A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus” (Rm 8:19-21).
Toda a criação sofre as consequências dessa escolha, e Satanás recebeu das mãos do homem o senhorio. Ele se tornou o príncipe do império das trevas, o príncipe da potestade do ar:
“Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor… segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência” (Cl 1:13; Ef 2:2).
O Céu se fechou
O Céu foi FECHADO PARA O HOMEM. A VIDA estava ali atrás da porta do jardim, o Senhor estava lá, a ordenação Divina também.
Mas Deus não desistiu de Seu plano, apesar de ver a criação constantemente tendendo para a soberba, autossuficiência e ruína, Deus sempre tomava homens representativos para conduzir o testemunho de SUA GLÓRIA. Mas aquele trono sempre estava restrito àquelas pessoas: Abel, Enoque, Noé, Abraão, Isaque, Jacó, até que uma família foi escolhida para levar o testemunho do Senhor.
Quando os Céus se abriram novamente
No Jordão, os céus foram abertos novamente quando o Senhor foi até ali para ser batizado.
“E aconteceu que, ao ser todo o povo batizado, também o foi Jesus; e, estando ele a orar, o céu se abriu, e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea como pomba; e ouviu-se uma voz do céu: Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo” (Lc 3:21,22).
O Jordão representa a CRUZ. Ali, representativamente, o SENHOR experimentou a morte e ressuscitou. Ali o Senhor Jesus assumiu Seu ministério e trilhou o caminho da CRUZ até morrer literalmente nela.
“Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14:6).
Na Cruz o VELHO HOMEM é deixado de lado e os céus são abertos novamente para o NOVO HOMEM.
Jesus disse a Natanael:
“E acrescentou: Em verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem” (Jo 1:51).
ELE era a ESCADA DE JACÓ (Gn 28:12). Ele é a ligação entre os céus e a terra. As comunicações acontecem por meio dEle.
“Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora; quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar” (Jo 16:12-14).
“Como não será de maior glória o ministério do Espírito!” (2Co 3:8).
O Trono em sua correta posição
Em Apocalipse 22, nos versos 1 a 5, Deus nos mostra a consumação máxima daquilo que Ele intencionou ao criar o mundo pela Sua boa, perfeita e agradável vontade.
O trono de Deus e do cordeiro, fonte de vida, luz, sustento e cura. No trono encontramos a ordem final e máxima do universo. Isso acontecerá universalmente. Hoje, os tratos de Deus conosco visam isso: que esse trono seja estabelecido firmemente em nós. O trono do CORDEIRO.
Nunca devemos nos esquecer que o nosso amado Jesus era o filho Unigênito, mas para levar a raça humana a compartilhar do Seu trono (Ap 3:21), precisou trilhar um CAMINHO. Esse foi o caminho do Cordeiro de Deus, e nós também somos chamados a segui-lo para ter esse privilégio.
Leia mais sobre a epístola aos Hebreus aqui.