Prossiga em conhecer a Deus

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“Prossiga em conhecer a Deus” são extratos selecionados do livro “Experimentando Deus através da Oração”, de Madame Guyon. Livro publicado pela Danprewan Editora (esgotado – nova edição Editora dos Clássicos).

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Madame Guyon (1648-1717)

“Mas uma coisa faço e é que esquecendo-me das coisas que para trás ficam, e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Filipenses 3:13,14).

Imagina um viajante, que tinha como alvo chegar a uma cidade distante. Ao parar em um ponto de descanso, logo no início da viagem, decide permanecer ali, porque muitos lhe disseram que apreciaram aquele lugar. O que você diria a respeito dele? Será que pensaria que ele, insanamente, perdeu de vista seu alvo?

Esta é a minha oração por você, então: Prossiga para o final. Não pare no primeiro estágio de sua jornada.

Não pense que não há necessidade de prontidão no início de sua jornada para conhecer a Deus. Essa é a sua entrada. Quando o Pai chamá-lo para comunhão com Ele, você precisará prestar atenção ao convite para entrar no caminho estreito. Os primeiros auxílios que recebem no início da jornada tornar-se-ão, entretanto, prejudiciais à medida que progredir para Jesus. Deixe-os de lado. Eles te atrasarão em atingir o objetivo.

Siga o exemplo de Paulo permitindo-se ser: “GUIADOS PELO ESPÍRITO DE DEUS” (Rm 8:14). Ele é Quem os conduzirá até a última etapa, que é desfrutar Deus para sempre. Estou certa de que muitos concordarão comigo que o desfrute do próprio Deus é o objetivo para o qual fomos criados.

Entretanto, também tenho certeza que muitos temerão e até mesmo evitarão esse processo, temendo os sofrimentos envolvidos. Mas não é assim. Aquilo que é enviado por Deus só pode produzir a perfeição da Sua glória em nossa presente e futura existência.

Não devemos ser ignorantes ao fato de que Deus é o Deus supremo. A principal bem-aventurança consiste na união com Ele. Cada santo diferirá em glória conforme a perfeição desta união com Ele. Não poderemos gerar suficiente disposição para conseguir esta união com Deus, visto que é o próprio Deus quem deve primeiro levar-nos a Ele. Então, em nossa simplicidade e mansidão, Deus continuará unindo-nos a Ele de uma bela maneira.

O caminho não é perigoso. Não, Jesus Cristo o percorreu antes de nós. Isto nos habilita a percorrer o caminho e a experimentar a felicidade de sermos chamados para a comunhão com Deus. Enfatizaria minha declaração – vocês são chamados para desfrutar de Deus e não somente de Suas dádivas.

Embora suas dádivas sejam belíssimas, elas não podem trazer o pleno contentamento para nossas almas. As mais sublimes dádivas de Deus não podem trazer felicidade, a menos que o Doador também conceda-Se a Si mesmo. O pleno desejo de nosso Pai Celeste é dar-Se a Si mesmo a cada criatura, de acordo com a capacidade de cada um de O receber.

Por que, então, estamos tão relutantes em ser levados a Deus? Por que o receio da preparação para esta união divina?

Nunca conseguiremos fingir ter obtido esta condição se não a atingirmos. Ninguém pode. Exatamente como uma pessoa, ao ponto de perecer de fome, finge estar farta e satisfeita. Algum desejo ou palavra, algum lamento ou indicativo de sua real condição inevitavelmente escapará, denunciando o fato de que está longe de estar satisfeita.

Escrevi tudo isto para outra vez dizer-lhes que não poderão alcançar este fim pelos seus próprios esforços. Não pretenderia apresentar esta idéia a nenhum de vocês. Escrevo unicamente para indicar o caminho que leva a encontrar a Deus.

Não se mantenham ligados às conveniências do caminho ou a qualquer prática exterior. Todas precisarão ser deixadas para trás, quando Deus der o sinal para prosseguir. Não seria uma cruel injustiça conduzir um homem sedento à uma fonte fresca, e então segurá-lo para que não pudesse alcança-la até que morresse de sede? Todavia, é o que fazemos cada dia.

Nossa jornada para Deus tem seu início, seu curso, e seu término. Quanto mais perto chegarmos do final do caminho, mais longe estaremos do seu início. Devemos deixar um para chegar ao outro.

Prossiga, prossiga, prossiga para Deus!

Não seja como a maioria da humanidade, que se orgulha de sua própria sabedoria cega.

Oh, que verdade Jesus revelou quando disse: “GRAÇAS TE DOU, Ó PAI, SENHOR DO CÉU E DA TERRA, QUE OCULTASTE ESTAS COISAS AOS SÁBIOS E ENTENDIDOS, E AS REVELASTES AOS PEQUENINOS” (Mt 11:25).

Se você gostou desse texto, pode gostar desse também: Prosseguindo para o Alvo – A Tônica da Vida de Eliseu.

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Jeanne Guyon (1648 – 1717)

Mais conhecida como Madame Guyon, foi levantada por Deus num contexto católico, em pleno século XVII, quando as nuvens da apostasia ainda eram densas, apesar da fresta de luz da Reforma. Deus a usou de forma especial para abrir caminho para a restauração da vida interior, da comunhão profunda com Ele através da oração, da consagração plena, da santificação e do operar da cruz. Seus inspirados escritos, especialmente gerados na prisão, influenciaram a muitos ao redor do mundo e a notáveis líderes, tais como o Arcebispo Fenelon, os Quacres, John Wesley, Zinzendorf, Jessie Penn-Lewis, Andrew Murray e Watchman Nee. Eles foram marcados por Deus através de suas mensagens, que muitas das verdades comentadas e vividas por eles tiveram origem, de alguma maneira, no que herdaram de Madame Guyon. 

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